quarta-feira, 31 de maio de 2017

A situação do Rio São Francisco

Não é nada fácil para quem conhece de perto o Velho Chico.Desde criança aprendi a amar suas belas águas, tudo a sua volta ficava bem melhor, confesse que não é fácil ver o seu estado hoje, cada vez mais e mais seco.
Abaixo segue um vídeo que fiz hoje, dia 31 de Maio de 2017.


Dia 04 de Junho de 2017.

A população do Povoado Bonsucesso realizou uma passeata pelas ruas do Povoado com destino a bomba da água que faz a captação para abastecer a população local.Vejam com seus próprios olhos e tirem suas próprias conclusões sobre a real situação em que se encontra a água.
Não é  fácil beber dessa água pois tem gosto de lama, e está causando desinteria e até vômitos em várias pessoas. Para quem tem problema de saúde não é aconselhado que beba ela, é claro que tem outras formas de captação da água para abastecimento próprio,  pois algumas pessoas estão pegando agua diretamente do Rio,  mas de uma parte em que ela esteja corrente, e o que vemos é que aonde a bomba que capita água para o povoado está praticamente na lama e isso é o motivo do questionaumento. Nós não somos cegos sabemos sim que o rio cada vez mais seco, mas queremos que por parte da Deso Seja feito algo para que melhore essa captação,  do jeito que está não dá.
Nós somos felizes por sermos ribeirinho , temos os nossos métodos antigos para abastecer as nossas casas que seria pegar água diretamente do Rio,  só que é bem mais complicado,  as águas não tem a mesma força de antes, e para pegarmos água Boa teríamos que ir bem mais além,  tem muitos pontos onde a água não serve mais para consumo humano, é triste isso mais é real.
Vejam abaixo parte da mobilização no Povoado.




Essa foi a resposta da Deso para o descaso da Bomba d água.

Hoje dia 05/06/2017, chegou uma caminhão Pipa para abastecer o Povoado Ribeirinho, já que não tem previsão de quando vão resolver o problema da bomba.






segunda-feira, 8 de maio de 2017

OS ESCRAVOS QUE VIVERAM EM BONSUCESSO

    A escravidão em Bonsucesso

    Não podemos iguinorar nossas raízes, foram muitas atrocidade sofridas por nossos ancestrais, também não cansarei de bater nessa tecla, percebo que estou no caminho certo, o caminho da descoberta. Bora lá,  para mais um pedaço de informação que consegui arrancar da memória do meu pai, arrancar em um bom sentido pois ele adora nos contar, posso garantir. Como no Povoado não existia energia elétrica,  as noites eram embaladas por luz de candeeiro.
  Vejamos, o Major Miguel personagem principal da nossa história trazia escravos vindos da África para trabalharem na construção do Casarão,  sua data exata não se sabe, o que sabemos é que vinham  através do Porto de Penedo para trabalharem nas terras do Major, chegaram  em um navio, para ser mais claro dentro do Porão,e amarrados, ate o povoado, que na época era apenas uma fazenda.O Major Miguel tinha um irmão que foi quem trouxe os escravos para o povoado, conheciam ele por Coronel Luis.
    Os escravos eram muito judiados, a madeira e as pedras eles traziam nas costas,e quando não cumpriam com sua obrigações corretamente eram castigados e judiados,  fosse no tronco ou na salmoura em seus ferimentos, também tinha os que passavam a noite inteira amarrados no porão que existia ao lado do Casarão que era na senzala onde foi construída para moradia dos próprios negros.
     Se entre os filhos dos escravos nascessem do sexo feminino, após estarem crescidas e pronta para o trabalho doméstico, eram levadas pelo próprio Major para serem vendidas em Pernambuco, sempre que tinha uma quantidade boa ele fazia essa viagem, as vezes quando chegava em Recife o porto estava cheio de coronéis tudo querendo comprar escravos, o Major dizia aos pais das escravas que iria levar elas para conhecer o mar e chegando la vendiam elas a quem desse maior valor, como se fossem mercadorias.Algumas até morriam na viagem.
  Vejam o tamanho do absurdo que muitas vezes eles eram submetidos. O porto aonde desembarcavam aqui na Fazenda (hoje Povoado) era nas Tamareiras,  pois era um porto extenso e amplo e servia como Porto de desembarque.Muitos negros que conseguiam fugir iam para o Saco da Serra, quando eram capturados vinham amarrados , arrastados até o porão para sofrerem o castigo pela fuga.
  Para quem pesquisou essa história deve ter ouvido falar que um dos seus empregados mais fiéis era um senhor chamado Valdivino, que se tornou liberto das garras do Major.


Foto do Google

Foto do Google


    Essas informações eu colhi com Paixão, filho de tio Macena e com o meu propio Pai, o Senhor Jose Luis, conhecido por Dedé de Julio.Paixão diz que quem lhe contou foi o finado Zé Rico, que deixava claro que tinha ouvido do seu avô, o finado Cesário, um dos moradores do tempo do Coronel, já que Zé rico nesse tempo era criança.Meu pai sempre gostou muito das história do Povoado, talvez venha daí meu interesse.Meu pai fala que ouviu de sua avó Pastora.