Conheça um pouco sobre a vida de Eletrico, Cangaceiro do Bando de Lâmpião.
Naquele tempo, Lampião mandava e todos obedeciam aí de quem não obedecia. Certo dia ele chegou à casa de Pedro Miguel, um Senhor honesto e trabalhador que morava em sua nobre casinha no Minador, estava com sua esposa e filhos quando Lampião chegou com sua tropa ordenando que Pedro fosse na Lagoa do Saco dar um recado ao vaqueiro da fazenda dizer a ele que viesse pra matar uma reis, e quando a carne secasse iam fazer suas boias e ir embora, assim seu Pedro fez com medo de desobedecer Lampião, foi e deu o recado dizendo:_Luis, Lampião disse que você fosse matar uma reis pra ele, mas o vaqueiro recusou, dizendo que não iria de forma alguma.
Seu Pedro retornou para dar a resposta ao temido rei do cangaço, e já imaginava que a reação não seria das melhores. Lampião olhou logo que Luis não havia vindo e perguntou:_Cadê o vaqueiro seu Pedro?
Pedro Miguel, falou a verdade, e a reação de Virgulino foi imediata, estava com um facão na mão e jogou com raiva no chão dizendo:
_ Como é que pode, eu não mando chamar um homem e ele não vem, vá três de vocês e traga ele aqui.
o Senhor Pedro tentou intervir pelo vaqueiro, pois sabia que o sofrimento seria dos piores, falou:
_Capitão por Nossa Senhora deixe o rapaz em paz, ajoelhou-se aos pés de Lampião que se compadeceu e disse:
_O senhor tá derrotado de qualquer jeito Seu Pedro, mas vou atender o seu pedido por que o Senhor pediu por Nossa Senhora e isso eu não posso negar, agora pode se preparar, fique ciente disso não vai há cinco dias a policia vai bater aqui.
Na manhã seguinte o Senhor Pedro saiu bem cedinho pro Saco da Serra e viu os cangaceiros cercando o gado e pegando o boi a mão, levaram amarraram em um pé de umbuzeiro e Seu Pedro perguntou:_ Mais Capitão, como é que se mata um rato desses, e Le disse:
_Oxente é a coisa mais fácil do mundo, e o capitão pegou um canivete que tinha no quarto, estava bem amoladinha e empurrou no cabelo loiro da vaca que foi prá! A vaca brá, caiu esparramada no chão. Fizeram a carne, era um dia de terça feira, quando foi na quarta, ele preparou Pedro dizendo:_ Oi eu to indo embora amanhã, agora o senhor não negue de jeito nenhum, a policia vai chegar aí agora, pode dizer que fez a feira que eu mandei, quando acabei matei a vaca, salguei e fiz a carne, e puxei por aqui, pode dizer a eles que nós tamo do Poço pra riba. Assim seu Pedro fez, quer dizer planejou fazer.
Com cinco dias depois, em Minador foi soldado que fechou a caatinga., era no terreiro, no curral, por toda parte, ao todo dava noventa e cinco, agora que uns deles ficaram separados por que eram amigos da família, e volante aqui de Sergipe, apenas de longe gritavam:
_ não judeêm os paisanos não, como é que vocês ao invés de ir atrás dos bandidos na feira ficam judiando os paisanos.
Mariano, um dos soldados perguntou pelo senhor dono da casa, e seu filho casula, que era o meu avô Julio Miguel saiu a procura do pai no curral, que estava com seus outros filhos todos trabalhando. Vieram todos pra casa.
Mariano perguntou ao senhor Pedro como foi que aconteceu, o que Lampião tinha feito, os filhos do Senhor ficaram assentados no chão de um lado e o Velho Pedro do outro lado quando falou:
Essa foi a primeira vez que o vi, ele chegou aqui pediu que eu fizesse uma feira e... Seu Pedro contou toda história, mas quando terminou de contar tudo direitinho recebeu foi uma pancada nas costas sabe como se mata um bode, então foi dessa forma que seu Pedro de 60 anos de idade, pai de 14 filhos, recebeu um golpe pelas costas, como se fosse uma batedura de arroz, cada soldado batia um pouco.
Seus filhos e esposa apavorados sem poder fazer nada, alguns dos soldados tinham dó e tentavam acalmar a senhora esposa que estava dentro de casa com todos os seus filhos nesse momento.Um dos soldados ainda disse:_olhe dona amanhã bem cedo o seu marido vai preso, agora eu digo quando agente for se cubrindo la naquele tanque a senhora mande seus filhos pegarem os animais, arrumarem as coisas e podem ir embora daqui, não fiquem aqui não, se mandem.
Ao lado da casa tinha um pé de umbuzeiro que estava coberto de soldados embaixo e um conhecido do velho tentou passar para ajudar, mas pegaram ele. Trouxeram Pedro pra casa todo machucado, duas costelas quebradas, ai soltaram dentro de casa espancado, quase morto. No fundo do quintal tinha um giral de pratos, uma tigela grande que pegava mais ou menos uns dois litros de água e derrepente o giral caiu, só ficou a tigela, o resto só pó, até os soldados foram ver o que foi na casa todos ficaram assombrados, assim os soldados se foram levando com ele o senhor Pedro.
Nesse dia havia dezesseis pessoas na casa e como a velha já estava preparada, quando eles estavam no tanque quase se cobrindo, os filhos foram pegar os animais, o dia já estava quase amanhecendo atocaiaram os animais colocaram a cangalha, tacaram as coisas em cima e saíram devagarzinho, não andaram duzentas varas quando o tenente ordenou que uns soldados voltassem e pegassem um dos filhos, mas quando chegaram a casa não acharam mais nada, ainda saíram aos arredores e por pouco não os viram, desistiram e foram embora. Nesse dia a família do Senhor Pedro foi bater em Sítios Novos.
Depois pegaram o rumo do Saco Grande, ficaram La sem saber de noticias, quando foi com as Ave Maria, a Senhora estava colocando a comida dos filhos, todos fizeram uma roda no chão para comer, derrepente quando olharam pra porta dos fundos Seu Pedro entrar portas a dentro e fala:_ fechem essa porta ligeiro pra ninguém me ver, corram aí a todas vejam se vocês acham uma canoa que preciso ir pras Trairás, vou atrás de Janjão Maia.Os seus filhos saíram as pressas e levaram o pai dali, no dia seguinte por volta de umas oito horas a policia chegou a procura dele, e todos fingiram que não sabiam de nada.
Pedro Miguel foi o pai do cangaceiro Elétrico, que depois desse acontecimento com seu pai ele se revolta ao ouvir toda tortura que seu pai passou na delegacia de Monte Alegre, onde foi muito torturado no tempo que esteve la, foi tratado feito um animal.
Manoel era o filho mais velho, por isso não pensou duas vezes quando foi convidado a entrar para o cangaço e ser batizado de Elétrico.Meu avô era o mais novo entre os filhos homens e se sei dessa história agradeço a ele por sua memórias excelente e pela riqueza de detalhes com que me contou.
Obrigado pai Júlio.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
Nos tempos de Lampião foram muitas carreiras.
In memória: Dona Jisuis |
No tempo de Lampião,foram muitas carreiras
Certa vez eu tava em Curralinho mais meu irmão Jairo,chegaram dizendo, arrume Delfina tire daqui se não quando a volante chegar você vai dar conta de onde ele (Lampião) anda.Quando chegaram em Curralinho não tinha mais ninguém, o povo todo tinha corrido, agente tinha descido o rio, fomos pra Bonsucesso, outros corriam pra outros lugares, era um tempo difícil, muito difícil., mais bom. A infância da gente faz muita falta.
Uma vez vimos os cangaceiros, Ana Rosa foi amarrar uma cabra quando olha pra cima vinha cheio de cangaceiros, todos bem arrumados, passaram por ela deram bom dia e seguiram pra frente, chegaram lá em casa falaram com mamãe e passaram pra casa de Antônio Vieira, entraram, mandaram botar um ferro no fogo, ( antes disso Antônio Vieira deu o dinheiro, 600 reis) e disseram traga o homem, ai Maria Vieira desmaiou, então Antônio Vieira pediu pelo amor de Nossa Senhora que deixassem ele em paz, como ele falou no nome de Nossa Senhora, os cangaceiros foram embora.
Me lembro de uma cantiga de lampião, era assim:
Lampião entrou na Vila
Mandou aprontar um pirú
Gritou pros cabra dele
Nós hoje aqui se dança nu
Uma veia saiu fora chamou por Nossa Senhora
Aí meu Deus como é que eu danço
Com minhas coisas de fora
Mais uma história das carreiras no tempo do cangaço.
Certa família foi a Juazeiro conversar com Padre Cicero, falou que estava com muito medo dos cangaceiros e perguntou a eles o que faziam já que tinham tanto medo de se encontrarem com eles, o conselho que receberam foi para que fossem embora se mudassem do lugar em que eles moravam, assim partiram para Santana do Ipanema.
A família do Senhor Pedro Claudiano da Silva, morador de Águas Salgadas -AL, sabedor desse conselho do Padre Cicero, resolveu também se mudar para Santana do Ipanema também tamanho era o medo que o nome cangaço espalhava nas pessoas.Fato narrado pela Senhora Erondina Maria da Conceição que era filha do Senhor Pedro Claudiano e estava com nove meses de idade, mas o que lembra foi contado pelos pais.Coincidentemente a Senhora Erondina nasceu no ano em que Lampião morreu, portanto quando aconteceu o massacre de Angico, Poço Redondo Sergipe.
Não cabe agente julgar ninguém já que não é esse o nosso papel, isso fica para outras pessoas o que gostaria aqui era de repartir com vocês relatos que ouvi da boca de pessoas reais,que vivenciaram de perto essas histórias,sempre gostei de ir atrás da fonte,da verdade, se é que vocês me entendem, mas vejam nessa história não se sabe o real motivo que levou essa primeira família a ter tanto medo assim dos cangaceiro, ou seja não sabemos se essa família tinha alguma divida com eles, ou fizeram algo que os tenha prejudicado. Bem vamos deixar para que cada um tire suas próprias conclusões.
Fonte: Dinha Feitosa.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Senhor Antônio de Frito.
Sr. Antônio Gomes dos Santos, mais conhecido como Antônio de Frito, morador do Povoado Bonsucesso desde criança, tabalhou como vaqueiro, para o coronel Edgar Menesez, seguindo a profissão de seu pai, o Senhor Manoel de Frito, sua mãe chamava-se Conceição, natural de Poço Redondo Sergipe, filha do senhor Desidero.
Trabalhou também com uma canoa grande,era uma Canoa de Tolda, depois de um tempo ele vendeu e possuiu uma Chata. fazia linha do Povoado a Pão de Acucar, transportando produtos produzidos na propia localidade, tais como milho, arroz, feijão e algodão, que eram plantados na fazenda de Edgar Menesez, era uma plantação onde o dono do terreno doava a terra para que o trabalhador plantasse e depois na colheira era dividida ao meio.Hoje o Sr. Antônio esta com 86 anos de idade, diz que não tem o que reclamar da vida, que nunca ofendeu ninguem, nem mesmo o nosso criador o Sr. Jesus Cristo, mesmo tendo ficado viuvo a uma semana atraz, quando fiz essa entrevista com ele.
06/05/2014
Trabalhou também com uma canoa grande,era uma Canoa de Tolda, depois de um tempo ele vendeu e possuiu uma Chata. fazia linha do Povoado a Pão de Acucar, transportando produtos produzidos na propia localidade, tais como milho, arroz, feijão e algodão, que eram plantados na fazenda de Edgar Menesez, era uma plantação onde o dono do terreno doava a terra para que o trabalhador plantasse e depois na colheira era dividida ao meio.Hoje o Sr. Antônio esta com 86 anos de idade, diz que não tem o que reclamar da vida, que nunca ofendeu ninguem, nem mesmo o nosso criador o Sr. Jesus Cristo, mesmo tendo ficado viuvo a uma semana atraz, quando fiz essa entrevista com ele.
06/05/2014
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